“Adulto faz o que tem que ser feito. Quem faz o que quer é criança.”
Essa frase é dita há tanto tempo que muita gente a repete sem pensar.
Ela pode até parecer madura, responsável, admirável…
Você provavelmente já ouviu.
Talvez até tenha dito — num dia cansativo, tentando convencer a si mesmo de que responsabilidade é sinônimo de engolir a vontade.
Mas, quanto mais eu penso sobre ela, mais percebo o quanto ela sabota nossa felicidade.
Porque, no fundo, o que ela nos ensina é que ser adulto é viver contra si mesmo.
É como se a maturidade fosse sinônimo de abrir mão do desejo, da espontaneidade, da escuta interna.
E isso, convenhamos, é um equívoco perigoso — e bem comum.
Será mesmo que crescer significa abrir mão de querer?
Desde cedo, aprendemos que “fazer o que tem que ser feito” é o caminho certo.
É o que garante estabilidade, respeito, sucesso.
A escola premia quem obedece, não quem questiona.
Os pais elogiam o filho “responsável”, que faz o que deve — não o que sente.
E, aos poucos, a gente aprende a suprimir o “eu quero” e engolir o próprio desejo.
Guardamos nossos “eus” mais autênticos em gavetas internas, bem fechadas, para caber no molde do que esperam de nós.
Sem perceber, crescemos acreditando que responsabilidade e felicidade moram em lados opostos.
Mas olha que ironia:
a criança que faz o que quer é viva, curiosa, autêntica.
O adulto que só faz o que tem que fazer, aos poucos, se apaga.
Vai vivendo no piloto automático, fazendo o que faz sem saber o porquê.
Enquanto escrevia, lembrei da música Another Brick in the Wall, do Pink Floyd.
A geração dos nossos pais — e a nossa também (pra quem não sabe, tenho 36 anos) — foi moldada para seguir regras, levantar no horário, bater metas, obedecer sem questionar e buscar um sucesso que não foi definido por nós.
E, no fim, todo mundo igual.
Tijolos. Não pessoas.
O adulto que só faz o que “tem que” fazer, aos poucos, não sabe mais quem é, o que gosta, o que sente.
Não percebe sentido na vida e apenas sobrevive.
O “tem que” que herdamos
Se você reparar, boa parte dos nossos “tem que” nem é nossa.
São vozes antigas: da escola, dos pais, da cultura.
“Tem que se formar.”
“Tem que ser alguém na vida.”
“Tem que casar.”
“Tem que agir assim para ser respeitado.”
“Tem que trabalhar duro para ter sucesso.”
O “tem que” é válido se faz sentido.
Quando o dever vem do amor (por si ou pelos outros), quando tem um porquê, ele vira escolha.
Mas quando vem do medo, da culpa, da comparação, de querer se encaixar… ele se transforma em algema
As máscaras que vestimos
Lembra do filme Comer, Rezar, Amar?
Quando Liz percebe que passou a vida inteira sendo o que esperavam dela — esposa, profissional, mulher “certa”.
Até que um dia ela pergunta:
“E se eu não sou nada disso? E se o que eu quero é só ser eu?”
Essa cena é o retrato perfeito do momento em que o “tem que” perde o sentido e o “eu quero” desperta.
A gente faz igual.
Segue o roteiro.
Veste a máscara da eficiência, da força, do “está tudo bem”.
Mas dentro de nós, algo grita.
Esses dias, li uma newsletter do Maia Souza — gostei tanto que acabei conversando com ele.
Ele me convidou para um grupo no WhatsApp, onde ele compartilha trechos do livro que está escrevendo “O que nasce quando você tem coragem de se ver inteiro , reflexões, indicações… e o mais bonito é que todos podem contribuir com suas vivências.
Essa semana, ele falou sobre as máscaras.
Algumas pessoas compartilharam histórias de momentos em que esconderam quem eram pra caber em algo.
E, de repente, ficou claro: ninguém está sozinho nesse disfarce.
As vezes temos essa sensação de estar sozinho, porque, sim, nem todo mundo está pronto pra essa conversa.
Falar de se priorizar e fazer o que realmente se deseja ainda soa, pra muitos, como egoísmo ou imaturidade.
Mas fazer o que se quer não é ser inconsequente.
Fazer o que se quer não é ser inconsequente
Quando deixamos de seguir cegamente o que dizem e começamos a refletir, percebemos que há um abismo entre o quero infantil e o quero consciente.
O primeiro é impulso.
O segundo, sabedoria.
Quero descansar porque estou exausto — não porque sou preguiçoso.
Quero mudar de carreira porque busco sentido — não porque desisti.
Quero dizer “não” porque respeito meus limites — não porque sou egoísta.
Fazer o que se quer, de forma adulta, é honrar a própria verdade.
Clarice Lispector dizia:
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
E talvez seja isso: o verdadeiro querer pode não ter um nome — mas tem alma.
O reencontro entre o “tem que” e o “eu quero”
Sabe quando você escuta uma música e tudo parece em harmonia — a voz, o ritmo, os instrumentos?
Ps: eu não entendo de música, mas essa percepção de harmonia entre instrumentos e voz me traz uma sensação muito boa, que envolve e acalma. Enquanto o contrário traz desconforto, uma “agonia” de escutar.
Pois bem, para mim a sensação de quando o “tem que” e o “eu quero” estão alinhados é justamente essa: a vida soa bem. É uma música em harmonia, gostosa de se ouvir, sem “agonia” e angústia.
A gente continua com as responsabilidades de sempre — contas, filhos, trabalho…
Mas com outra energia.
Com presença.
Com sentido.
Com intenção.
Com felicidade.
O “tem que” deixa de ser obrigação e vira expressão do “eu quero”.
Eu trabalho porque quero construir algo.
Eu acordo cedo porque quero ter tempo pra mim e quero começar o dia com calma.
Eu cuido do outro porque quero amar bem, e porque isso me faz bem.
É simples — mas muda tudo.
Ser adulto é voltar pra casa
Talvez ser adulto seja não esquecer da sua criança — dos desejos, sonhos, da espontaneidade.
Ser adulto é aprender a cuidar disso tudo com carinho, com limites, mas sem calar, sem apagar.
A felicidade, ao contrário do que nos ensinaram, não está em “fazer o que tem que ser feito”. Está em fazer o que tem sentido.
E fazer o que tem sentido é fazer o que se quer, com consciência e verdade.
E é aí que entra o autoconhecimento: primeiro é preciso saber o que se quer, e o que faz sentido pra você.
Se você quiser continuar essa jornada comigo, te convido para o grupo da comunidade Felicidade Inteligente.
Lá a gente fala justamente sobre isso: autenticidade, leveza e a arte de viver de um jeito mais inteiro e com sentido. É Só entrar aqui.
Porque, no fim das contas, talvez a maior responsabilidade da vida adulta seja essa:
não se abandonar.
“Adulto faz o que tem que ser feito. Quem faz o que quer é criança.”
Essa frase é dita há tanto tempo que muita gente a repete sem pensar.
Ela pode até parecer madura, responsável, admirável…
Você provavelmente já ouviu.
Talvez até tenha dito — num dia cansativo, tentando convencer a si mesmo de que responsabilidade é sinônimo de engolir a vontade.
Mas, quanto mais eu penso sobre ela, mais percebo o quanto ela sabota nossa felicidade.
Porque, no fundo, o que ela nos ensina é que ser adulto é viver contra si mesmo.
É como se a maturidade fosse sinônimo de abrir mão do desejo, da espontaneidade, da escuta interna.
E isso, convenhamos, é um equívoco perigoso — e bem comum.
Será mesmo que crescer significa abrir mão de querer?
Desde cedo, aprendemos que “fazer o que tem que ser feito” é o caminho certo.
É o que garante estabilidade, respeito, sucesso.
A escola premia quem obedece, não quem questiona.
Os pais elogiam o filho “responsável”, que faz o que deve — não o que sente.
E, aos poucos, a gente aprende a suprimir o “eu quero” e engolir o próprio desejo.
Guardamos nossos “eus” mais autênticos em gavetas internas, bem fechadas, para caber no molde do que esperam de nós.
Sem perceber, crescemos acreditando que responsabilidade e felicidade moram em lados opostos.
Mas olha que ironia:
a criança que faz o que quer é viva, curiosa, autêntica.
O adulto que só faz o que tem que fazer, aos poucos, se apaga.
Vai vivendo no piloto automático, fazendo o que faz sem saber o porquê.
Enquanto escrevia, lembrei da música Another Brick in the Wall, do Pink Floyd.
A geração dos nossos pais — e a nossa também (pra quem não sabe, tenho 36 anos) — foi moldada para seguir regras, levantar no horário, bater metas, obedecer sem questionar e buscar um sucesso que não foi definido por nós.
E, no fim, todo mundo igual.
Tijolos. Não pessoas.
O adulto que só faz o que “tem que” fazer, aos poucos, não sabe mais quem é, o que gosta, o que sente.
Não percebe sentido na vida e apenas sobrevive.
O “tem que” que herdamos
Se você reparar, boa parte dos nossos “tem que” nem é nossa.
São vozes antigas: da escola, dos pais, da cultura.
“Tem que se formar.”
“Tem que ser alguém na vida.”
“Tem que casar.”
“Tem que agir assim para ser respeitado.”
“Tem que trabalhar duro para ter sucesso.”
O “tem que” é válido se faz sentido.
Quando o dever vem do amor (por si ou pelos outros), quando tem um porquê, ele vira escolha.
Mas quando vem do medo, da culpa, da comparação, de querer se encaixar… ele se transforma em algema
As máscaras que vestimos
Lembra do filme Comer, Rezar, Amar?
Quando Liz percebe que passou a vida inteira sendo o que esperavam dela — esposa, profissional, mulher “certa”.
Até que um dia ela pergunta:
“E se eu não sou nada disso? E se o que eu quero é só ser eu?”
Essa cena é o retrato perfeito do momento em que o “tem que” perde o sentido e o “eu quero” desperta.
A gente faz igual.
Segue o roteiro.
Veste a máscara da eficiência, da força, do “está tudo bem”.
Mas dentro de nós, algo grita.
Esses dias, li uma newsletter do Maia Souza — gostei tanto que acabei conversando com ele.
Ele me convidou para um grupo no WhatsApp, onde ele compartilha trechos do livro que está escrevendo “O que nasce quando você tem coragem de se ver inteiro , reflexões, indicações… e o mais bonito é que todos podem contribuir com suas vivências.
Essa semana, ele falou sobre as máscaras.
Algumas pessoas compartilharam histórias de momentos em que esconderam quem eram pra caber em algo.
E, de repente, ficou claro: ninguém está sozinho nesse disfarce.
As vezes temos essa sensação de estar sozinho, porque, sim, nem todo mundo está pronto pra essa conversa.
Falar de se priorizar e fazer o que realmente se deseja ainda soa, pra muitos, como egoísmo ou imaturidade.
Mas fazer o que se quer não é ser inconsequente.
Fazer o que se quer não é ser inconsequente
Quando deixamos de seguir cegamente o que dizem e começamos a refletir, percebemos que há um abismo entre o quero infantil e o quero consciente.
O primeiro é impulso.
O segundo, sabedoria.
Quero descansar porque estou exausto — não porque sou preguiçoso.
Quero mudar de carreira porque busco sentido — não porque desisti.
Quero dizer “não” porque respeito meus limites — não porque sou egoísta.
Fazer o que se quer, de forma adulta, é honrar a própria verdade.
Clarice Lispector dizia:
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
E talvez seja isso: o verdadeiro querer pode não ter um nome — mas tem alma.
O reencontro entre o “tem que” e o “eu quero”
Sabe quando você escuta uma música e tudo parece em harmonia — a voz, o ritmo, os instrumentos?
Ps: eu não entendo de música, mas essa percepção de harmonia entre instrumentos e voz me traz uma sensação muito boa, que envolve e acalma. Enquanto o contrário traz desconforto, uma “agonia” de escutar.
Pois bem, para mim a sensação de quando o “tem que” e o “eu quero” estão alinhados é justamente essa: a vida soa bem. É uma música em harmonia, gostosa de se ouvir, sem “agonia” e angústia.
A gente continua com as responsabilidades de sempre — contas, filhos, trabalho…
Mas com outra energia.
Com presença.
Com sentido.
Com intenção.
Com felicidade.
O “tem que” deixa de ser obrigação e vira expressão do “eu quero”.
Eu trabalho porque quero construir algo.
Eu acordo cedo porque quero ter tempo pra mim e quero começar o dia com calma.
Eu cuido do outro porque quero amar bem, e porque isso me faz bem.
É simples — mas muda tudo.
Ser adulto é voltar pra casa
Talvez ser adulto seja não esquecer da sua criança — dos desejos, sonhos, da espontaneidade.
Ser adulto é aprender a cuidar disso tudo com carinho, com limites, mas sem calar, sem apagar.
A felicidade, ao contrário do que nos ensinaram, não está em “fazer o que tem que ser feito”. Está em fazer o que tem sentido.
E fazer o que tem sentido é fazer o que se quer, com consciência e verdade.
E é aí que entra o autoconhecimento: primeiro é preciso saber o que se quer, e o que faz sentido pra você.
Se você quiser continuar essa jornada comigo, te convido para o grupo da comunidade Felicidade Inteligente.
Lá a gente fala justamente sobre isso: autenticidade, leveza e a arte de viver de um jeito mais inteiro e com sentido. É Só entrar aqui.
Porque, no fim das contas, talvez a maior responsabilidade da vida adulta seja essa:
não se abandonar.




